sábado, 6 de setembro de 2008

Capitulo 17: "O primeiro beijo" ; Artur Henrique


Jean Valjan adotou uma nova identidade. Passava-se por um comerciante, com o nome de Último Fauchelevent. Morava em uma casa simples, na rua Plumet. Ele havia deixado o convento, achava que Cosette merecia conhecer o mundo, pois sua vida era o convento. Com a morte de Fauchelevent, ele disse a superiora que herdara uma herança e que iria deixar o convento para viver com sua filha.

Durante algum tempo, manteve três endereços. Na casa da rua Plumet, eles não recebiam visita, seu único contato com o mundo era a caixa de correios. Era por ela que ele recebia os avisos da Guarda Nacional. Ele havia entrado na Guarda Nacional, com o nome Último Fauchelevent. Possuía um uniforme militar que vestia três ou quatro vezes por ano.

Um dia, Cosette se viu no espelho e percebeu que era bonita. Ela ouviu comentários de que sim, era bonita, mas se vestia mal. Ela começou a se vestir com elegância. Foi aí que, como já dissemos, Marius começou a notá-la e começaram as trocas de olhares. Jean Valjean não suportava a idéia de perder Cosette, pois era nela que concentrava todo o seu amor. Então, ao perceber a troca de olhares parou de ir ao Jardim de Luxemburgo. A vida de Jean Valjean e Cosette havia se tornado mais solitária ainda.

Marius ficou desesperado, durante dois meses ficou sem notícia de Cosette. Finalmente, Éponine cumpriu sua promessa e mostrou ao rapaz a casa na rua Plumet. Ele começou a rondar o endereço, até que descobriu uma barra de ferro que estava solta. De vez em quando Cosette assustava-se quando via a sombra de um homem. Finalmente, Marius tomou coragem. Deixou uma carta para Cosette, não se identificava, mas no fundo ela já sabia.

Ao anoitecer, no outro dia, quando Jean Valjean saiu, a moça foi para o jardim. De repente, teve a sensação de que estava acompanhada. Virou-se, era Marius. Ela quase desmaiou. Encostou-se em uma árvore. Ele disse para ela não ter medo e perguntou se ela também o amava. Ela disse que sim. Eles não sabiam o que dizer. Apenas um beijo. Após o beijo, ela se deitou no ombro e perguntou seu nome. Ele também. A partir daí, todas as noites Marius entrava no jardim e namorava Cosette. Jean Valjean nem desconfiava dos encontros. O amor dos dois cresceu, e logo não conseguiam viver longe um do outro.

Certa noite, Marius viu que Cosette havia chorado. Ele perguntou o que havia acontecido, ela disse que o pai dela decidiu que eles iriam para Inglaterra na outra semana. Marius então disse que só tinha uma solução. Cosette disse que ele poderia ir aonde ela fosse. Ele disse que não tinha dinheiro. A verdade é que Marius fora viver na casa de um amigo, Courfeyrac. Marius disse que não era para ela esperar ele na outra noite, ele iria sacrificar um dia, para não perdê-la pelo resto da vida. Marius lembrou que Cosette não tinha seu endereço, então ele pegou um canivete do bolso e escreveu na parede.

A idéia de Marius era casar-se. Mas como não tinha idade, tinha que pedir perimissão ao avô. Há quatro anos não se viam, senhor Gillenormand só queria abraçar seu neto, mas seu orgulho o impediu. Marius se humilhou, disse que queria se casar. O avô queria saber das condições do filho e da noiva, quando soube que os dois não tinham dinheiro, não deixou, disse que era loucura. Marius não se conformou, saiu depressa, batendo a porta. O avô percebeu que dessa vez não tinha volta. Se desesperou, pediu para que fossem atrás do rapaz. A filha gritou, mas Marius já estava longe. Senhor Gillenormand não conteu as lágrimas.

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